Cross-Training é possível?

[eprimos]

Pessoal, um dia desse li um artigo no site SOFREP (http://sofrep.com), onde após o contato de um militar (sniper) com uma atiradora Olímpica da prova de 50 mts Amanda Furrer havia a proposta de exercitar o intercâmbio entre estes dois mundos e validar diferenças de treinamento, armas e capacidades.

Na ultima prova no CNTE, após ter participado da prova de DM, e após a premiação, me foi dada a oportunidade de disparar em alvos de papel a 10 mts, notei grandes diferenças na execução do tiro, o uso das carabinas de pressão me surpreendeu pela dificuldade em obter a precisão requerida e isso me remeteu a experiência do SOFRE e resolvi abrir esta thread para formar uma idéia sobre o assunto através de um debate, dentro dos seguintes parâmetros:

- Considerando o cenário onde comparamos a execução de uma prova de tiro prático (DM/AS, IPSC, etc) com uma prova de Tiro com Chumbo.

1) Se podemos considerar que os fundamentos do tiro são universais, porque existe uma diferença tão grande no momento da execução de um e de outro tipo de tiro?

2) Será que esta percepção diminui com o treinamento e enraizamento dos fundamentos?

Abs

[silversurfer]

 

1) Se podemos considerar que os fundamentos do tiro são universais, porque existe uma diferença tão grande no momento da execução de um e de outro tipo de tiro?

2) Será que esta percepção diminui com o treinamento e enraizamento dos fundamentos?

Abs

 

 

1) Alguns fundamentos podem te ajudar na migração de uma modalidade para outra mas no tiro prático, por exemplo, se você ficar fazendo alça e massa não vai conseguir o tempo, por isso tem muito tiro semi-visado ou instintivo. Posicionamento para o tiro também é bem diferente, pois no tiro prático você se movimenta, no tiro esportivo você busca a posição que te dê menor oscilação.

 

2) Nas duas modalidades quanto mais treino consciente melhor os resultados.

 

Uma observação, sempre que o pessoal do tiro prático, no clube do qual sou sócio, vinha participar das provas de tiro esportivo os resultados eram sofríveis. Uma coisa que era comum era a falta de paciência. Uma prova que você tem 30 minutos para dar 30 tiros o pessoal acabava em menos de 10 minutos. No tiro esportivo você tem tempo para posicionar, empunhar, controlar a respiração, visar e muitas vezes desistir do tiro ao perceber que não está bem.

[Diogo Medeiros]

Concordo com o silver. Além disso, dentro da mesma categoria, armas diferentes apresentam comportamentos diferentes, sendo necessárias adaptações às técnicas. Por isso o treino é a base da busca pela perfeição.

 

Um exemplo básico são as provas de tiro do programa Top Shot, onde se vê verdadeiros especialistas em determinada prova se verem em apuros ao apenas de trocar a arma. Acredito que tudo depende de um bom conjunto entre arma e acessórios e além disso entre este conjunto e o atirador.

[eprimos]

Então podemos entender que os fundamentos do tiro são aplicados de forma diferente a cada modalidade? Sendo isso, em nível conceitual, temos então o fundamento do tiro como uma definição sobre a que ele objetiva (posição, empunhadura, respiração, etc..) e no nível prático temos a forma como ele é aplicado, ou seja, o método varia.

 

Atirador de Multi-gun

 

Atirador de Fossa Olimpica

 

[Fabio Coelho]

Com meus 33 anos de Tiro olímpico e agora me aventurando a dar uns tiros de ipsc e jogos de guerra com airsoft só posso dizer que meu "condicionamento" para um tiro altamente especializado e "Zen", certamente me traz dificuldades na hora de fazer um tiro mais instintivo e rápido. Do meu ponto de vista "esporte-de-lazer", o novo desafio é gratificante, independente da competência técnica ou sucesso em competições.

 

Mas isto só aconteceu porque eu já não me interesso mais em treinar intensamente e exclusivamente o Tiro Olímpico, como eu fazia antigamente, o que não dava espaço nenhum para outras modalidades. Como se estivesse "saciado", agora vou tentar outras coisas. Nisso também entra a disposição para longas horas de treinos, o tempos disponível, a idade...,os custos, etc.

 

Já se vc pretende a "excelência" numa modalidade, entrar numa equipe seja do seu clube, seja nacional, representar o Brasil em mundiais, etc...vai ter que abrir mão (diretamente proporcional ao tamanho do objetivo) de outras modalidade sob pena de não conseguir galgar os degraus de resultados almejados. A concorrência é tão grande que só a especialização pode te levar mais longe.

 

É meio que como no Decatlo Olímpico: Nele vence o atleta que consegue médias melhores no geral, mas dificilmente conseguiria resultados vencedores das modalidades nas provas individuais. E do outro lado, um velocista especialista nos 100m rasos, nunca seria bem sucedido no Decatlo pois apesar de seu tempo espetacular, sofreria nos lançamentos e saltos e corridas de resistência.

 

Mais de uma modalidade só funciona com algumas modalidades muito parecidas tipo as provas de carbina olímpicas, ou pistolas, velocistas e provas de salto. E mesmo assim vc não vê atletas profissionais fazendo volei de quadra e praia ao mesmo tempo.

 

Um atirador militar tem que ter os conhecimentos adequados ao perfil de seu trabalho, por óbvio. Ainda assim, Rambos-sabe-tudo-bom-em-tudo só no cinema. Um sniper só faz isso em nivel de excelência e o "resto" trata basicamente.

 

Claro que o tempo de experiênca e a dedicação, possibilitam que um atirador ou qualquer outro esportista) amplie sua gama de conhecimentos e habilidades.

[Henrique Coelho]

Edu,

 

Eu escrevi um artigo em 2011 sobre isso lá no Airsoft Brasil.

[eprimos]

O vídeo do disparo que foi publicado no SOFREP

 

<<armas reais>>

 

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