Sistema de miras Cometa - antigo e novo

[Rogério Saran]

Frequentemente lemos impressões sobre sistemas de mira aberta e cada um se ajusta com o que lhe agrada mais. Alguns gostam de fibra ótica, outros não; alguns preferem fibras finas, outros enxergam melhor as mais largas; uns usam visada de centro, outros de base e outros ainda variações sobre esses temas.

 

Recentemente tive oportunidade de testar com um pouco mais de cuidado as miras abertas das Cometa.

 

 

 

No quadro acima temos os 2 sistemas de mira aberta das carabinas Cometa. O antigo (fotos acima), e o novo (abaixo).

 

As miras antigas

As miras da Cometa nos modelos antigos certamente eram objeto de amor ou ódio. Suas principais características:

 

Maça de mira em acrílico, montada em trilhos de 8mm sobre o cano. Vista da posição do atirador, vê-se apenas um ponto vermelho pequeno, iluminado pelo reflexo da luz no bloco de acrílico de seção triangular.

 

Alça de mira com haste em chapa de aço mola, com ressaltos na parte inferior do disco do parafuso graduador, que produzem cliques bem definidos no ajuste de elevação. O ajuste lateral é feito soltando-se um parafuso de fenda e movendo-se o elemento de visada.

 

O elemento de visada da alça também tem um bloco de acrílico e o atirador vê 2 pontos verdes pequenos iluminados.

 

Há um leque de opiniões sobre essas miras, mas vou tentar resumir e espero não desconsiderar pontos chave:

 

a) Os pontos de luz são pequenos e não atrapalham na visada de centro.

 

b) O formato da alça, com o suporte preto em forma de "v", não forma uma figura de visada muito fácil de ajustar. Quem prefere miras de ferro pode até pintar os pontos de luz, mas vai ficar um um ponto arredondado (da maça) no vão que seria vértice de um "v". Não é muito fácil ter constância com isso.

 

c) O sistema de trilho no cano, mais a furação da alça, permite que se instale miras de outras armas, como das HW. Não é uma vantagem das miras, mas uma vantagem da arma. A furação da alça permite a montagem das alças da HW, com pequenos ajustes.

 

d) O parafuso de ajuste lateral pode ser um aborrecimento razoável. Quem atira em locais sem vento não perde muito tempo com isso (vide o caso da Slavia, que também precisa de uma chave de fenda para esse ajuste). Já em campo fica incômodo não ter um graduador, preferencialmente com cliques.

 

e) O graduador de elevação é muito bom, mesmo tendo o disco em material plástico (com o parafuso metálico). Os cliques são bem definidos e a 10m geram elevação entre 3 e 4 mm (parece a HW).

 

As miras novas

Para alguns, mudança sempre é bom. Para outros, sempre piora. A verdade deve estar no meio termo.

 

A nova maça de mira é bem construída. Ganhou um túnel metálico, usa uma fibra ótica inserida num bloco plástico de seção quse quadrada e é montada sobre uma manga plástica que serve como cabo para bascular o cano.

 

A nova alça de mira é bem feita, mas tem mais plástico que metal na estrutura. A haste de aço mola, que era comprimida pelo parafuso graduador, agora é uma peça plástica sobre uma mola helicoidal.

 

O elemento de visada da alça agora tem perfil retilíneo, com insertos de fibra ótica no centro de blocos de seção quase quadrada.

 

 

 

Novamente variam bastante as opiniões sobre essas miras. Os pontos chave:

 

a) Os insertos de fibra ótica são largos e não agradam na visada de centro, pois obstruem o alvo. Isso é piorado pelos blocos de plástico que os sustentam, que são ainda mais largos.

 

b) O formato dos suportes das fibras é quase quadrado e acaba resultado num perfil interessante para quem gosta de miras abertas sem fibra ótica. O perfil da maça e da alça se aproxima de um sistema de miras tradicional, com maça larga. Me lembrou as hw, guardadas as devidas proporções.

 

c) A manga no conjundo da maça facilita a pega para bascular o cano. Parece de tamanho exagerado, mas funciona muito bem.

 

d) O túnel na maça é muito bem vindo.

 

e) Creio que com a nova maça se perde os trilhos de 8 mm, eliminando a possibilidade de usar miras de outras armas, como globos para dióptro. Idem para o caso da alça, que não tem mais furação compatível com a HW. Agradeço quem possa confirmar essas informações.

 

f) O graduador de ajuste lateral da alça também é bem vindo. Porém não tem cliques nem escala numérica. Para ajustar é preciso sensibilidade com o quanto se move a roda.

 

g) O graduador de elevação da alça não tem mais cliques definidos. Para saber o tamanho do ajuste é preciso olhar para os algarismos gravados na roda (parece a Slavia). Não atirei o suficiente para aferir a escala, mas movendo 1 número parece que move o ponto de impacto entre 3 e 5 mm.

 

 

 

*Saran