ALGUMAS VERDADES SOBRE O TIRO DE PRESSÃO
Há algumas semanas eu publiquei na minha página pessoal no FB, que "impressiona o quanto a verdade gera dúvidas e a mentira é acreditada".
Essa afirmação, em minha opinião, vale para muitas situações, por isso, escrevo sempre textos técnicos sobre armas, que se apoiam nos seguintes pilares: FÍSICA, ENGENHARIA, BALÍSTICA e EXPERIMENTOS PRÁTICOS.
Então, com base nesses "pilares", eis algumas verdades sobre o Tiro de Pressão:
1. O chumbinho é responsável pela maior parte do desempenho da arma, quanto à precisão;
2. Chumbinho com coeficiente balístico (CB) mais alto retém mais energia a longo alcance e tem trajetória com curva menos acentuada, precisando de menos compensação;
3. Apesar de o peso do chumbinho ter relação direta com o CB, não significa que o chumbinho mais pesado tenha CB sempre mais alto, visto que este depende também do seu formato;
4. Chumbinhos cuja cabeça tem mais contato com as raias do cano apresentam energia mais alta;
5. Chumbinhos mais leves disparados por armas de pressão de alta potência perdem mais energia a longo alcance do que chumbinhos mais pesados. Isso ocorre porque o arrasto é maior, portanto, é melhor usar chumbinhos mais pesados, mesmo que a energia inicial seja mais baixa;
6. Para o mesmo calibre, chumbinhos mas compridos se adaptam melhor às armas de pressão mais potentes, embora os chumbinhos mais curtos também possam ser utilizados;
7. Nos dias mais quentes, a queda do chumbinho é menor do que em dias mais frios, exigindo menos compensação da visada para a mesma arma, com o mesmo tipo de chumbinho, no mesmo alcance;
8. Nos tiros a longo alcance, acima de 40 metros, usando chumbinhos iguais, aquele que deixar o cano com mais velocidade, perderá mais energia durante o percurso, portanto, ao atingir o alvo, a diferença de energia entre a arma mais potente e a menos potente será bem menor do que a diferença de energia na saída do cano;
9. Apesar de apresentar curva balística mais acentuada para a mesma energia inicial, o chumbinho calibre 5,5 mm retém mais energia a longo alcance do que o chumbinho calibre 4,5 mm, se os coeficientes balísticos forem iguais;
10. Se dois chumbinhos de formas semelhantes acertarem o alvo com a mesma energia, o de calibre 4,5 mm terá maior capacidade de penetração e o de calibre 5,5 mm apresentará maior aplicação de energia;
11. Chumbinhos de liga leve que tem maior dureza, são eficientes em armas de alta potência para maior penetração a curto alcance e melhoram a eficiência de armas de baixa potência;
12. Admitindo que a arma é precisa e o chumbinho é adequado, qualquer arma de pressão com energia inicial acima de 16 Joules serve para atividade de caça com tiros em torno de 50 metros, considerando aves e pequenos animais;
13. A medição da velocidade do chumbinho, para testes com finalidade de avaliação técnica, deve ser feita com a boca do cano da arma posicionado entre 90 cm e 1,0 m do cronógrafo, apesar de existirem cronógrafos que só medem a velocidade do projétil na boca do cano;
14. O pistão rotativo foi desenvolvido para reduzir (teoricamente) o efeito de torção transferido pela mola helicoidal à arma, portanto, essa função não se aplica às armas equipadas com gas ram, visto que este tipo de mola não causa esforço de torção;
15. Testes práticos demonstram que a redução do peso do pistão em até 60 gramas, reduz em até 15% o recuo de uma carabina que pesa 3,6 kg, com energia de 16 Joukes, mas também reduz mais a energia para chumbinhos mais pesados. Em carabinas de 19 e 21 Joules, a mesma redução de peso no pistão não resultou em mais de 4% na redução do recuo;
16. Em ambientes com menos luz, a menor magnitude da luneta é mais adequada.
Atire para acertar!
FONTE e Autorização FÓRUM CA: Nelson L. De Faria