OXIDAÇÃO AZUL

Orlando · Junho 19, 2020

Este post tem o objetivo de demonstrar como fazer oxidação à quente com os recursos disponíveis em qualquer residência, mas sem a preocupação de trabalhar com produtos químicos tóxicos à saúde. Apesar de não ser uma carabina de pressão, mas o intuito é de como tratar o metal de uma arma.

Este processo de oxidação, creio que exista o industrial, foi por mim observado, após um problema que tive com a Rossi Dione 1975. Havia feito o primeiro acabamento na carabina (cano, cilindro e tampa do cilindro), com pintura para alta temperatura, na cor prata, por conta do cilindro apresentar algumas erosões mais profundas na parte em que termina a telha e o metal fica exposto. Como essas erosões foram preenchidas com Durepoxi e lixadas, resolvendo em parte o problema, não permitia assim, uma oxidação à quente, pois não haveria reação dos produtos com o metal. Com todas as peças prontas, montei a carabina e o resultado foi muito interessante, pois o contraste entre o prata e as partes oxidadas ficaram harmoniosos, mas ao armar pela primeira vez; o engate da biela passou pelo pistão ficando travado entre o cilindro e pistão, não permitindo assim o retorno do cano para a posição de tiro, então, a saída foi cortar essa peça o mais rente possível com o uso de uma micro retífica, com esse processo a pintura ficou riscada, a carabina ficou parada por um longo período de tempo. Quando achei uma solução para resolver este problema, aproveitei e retirei um pino rebitado onde deveria haver um parafuso da articulação da biela/bloco, isso riscou ainda mais o cano e bloco.

Com a carabina operacional, retirei a pintura e visualizei que o metal havia adquirido uma certa oxidação quando fiz a cura da pintura no forno do fogão de casa, ai ficou uma ideia martelando na cabeça, a qual era a possiblidade de se fazer oxidação á quente sem usar produtos químicos, usando somente o calor.

Fiz um novo teste com as três carabinas Rossi Dione que estava reformando na época, mas o resultado não foi bom, foi aí que decidi tratá-las com a fosfatização, vide tópico postado no fórum sobre as Rossi Dione.

Mas a ideia desse tratamento não havia acabado, foi quando retomei a reforma de uma carabina de salão/jardim muito antiga, que havia iniciado e que estava parada desde 2017, aí o processo funcionou, mas creio que dá para melhorar os resultados, trabalhando com tempos maiores de exposição ao calor. A Flobert 8,4 mm, havia sido submetida a eletrólise para retirar o grosso da ferrugem e posteriormente lixada com escova de aço, usando uma furadeira, por ficar todo esse período sem nenhuma proteção, a ferrugem retornou mas apenas superficialmente, sendo removida com lã de aço e limpa com óleo de banana, para retirar as oleosidades.

Com as peças prontas para o tratamento, estas foram colocadas dentro de uma forma de alumínio grande e cobertas com outra forma de alumínio menor, onde a menor comportava com folga as peças maiores, proporcionando dessa maneira um ambiente mais “hermético” onde a temperatura seria mais constante durante todo o tempo de cocção, digo tratamento. O tempo que estabeleci desta vez foi de 1 hora, após pré aquecimento de 10 minutos a temperatura máxima do meu forno, e que ao final e imediatamente após desligar o forno, marcava 148°C aferida com termômetro a infravermelho, ficando dentro do forno até o resfriamento total, que levou cerca de 1 hora.

Os resultados podem ser observados a seguir, na seguinte ordem:

1) Eletrólise;

2) O antes;

3) Recursos utilizados;

4) Resultado final.