À época do referendo eu era um ferrenho defensor do desarmamento da população, por achar que o problema estava em se ter mais armas disponíveis à população, que invariavelmente iria parar nas mãos dos criminosos... a vivência e meu trabalho como assistente judiciário no TJGO, a maior parte dos últimos 7 anos na área criminal, me fez mudar de ideia.
Não há contingente de polícia ou ação desarmamentista que consiga anular o potencial do criminoso em possuir armamento. Pistolas, revólveres e todo tipo de arma é facilmente encontrado para venda até mesmo em feiras dominicais. A origem é outra. Não são os lojistas que as vendem legalmente. São as fronteiras abertas que facilitam o comércio das armas ilegais.
O bandido não liga em ter uma arma irregular, mas o cidadão, sim. Então ele deixa de adquirir uma arma para sua proteção confiando que o Estado o faça...
E todo mundo sabe que o Estado não fará. Nunca. já se passaram vários anos desde o referendo e a violência só cresce.
Hoje, penso que o meu direito de ter chance de defesa deve prevalecer. Quero MUITO ter uma arma de fogo, inclusive porque vou me mudar daqui a 2-3 dias para uma área mais perigosa do que onde moro atualmente. Se invadirem minha casa ou resolverem me abordar em um semáforo, quero ter mais do que um cabo de rodo pra tentar rechaçar o ataque. Ainda não tenho coragem de ter uma arma ilegal, mas por causa da burocracia em se conseguir um porte (até mesmo uma arma registrada), me vejo obrigado a, futuramente, infringir a lei com uma .380 sem documentação. Ao medir "o menos ruim", prefiro deter o poder para defender minha família...