Walther Lever Action: Winchester CO2 !

[Henrique Coelho]

Parte 1

 

Eu sempre gostei de armas. De alguma forma sempre tive bronca com o design das armas de pressão. Atirei quando moleque num sítio e larguei de mão. Vi meu irmão partir para um outro rumo ( o do tiro olímpico ) com suas armas invocadas cheias de acessórios e tecnologias, tudo muito doido e formatos esquisitíssimos. Eu gostava e gosto das armas de design mais convencional. Mas enfim, décadas depois comecei a atirar com armas de pressão mas permanece o desconforto dos designs esquisitos mas, ainda bem, para tudo tem solução!

 

 

A solução atende pelo nome de Walther Lever Action, uma reprodução bastante fiel da Winchester 94 ( 1894 ), uma arma que está no guiness book tendo vendido cerca de 7.000.000 de exemplares em 112 anos de produção. A arma de pressão é um projeto da Walther, empresa alemã e distribuída pela empresa de Taiwanesa UMAREX. O calibre é o tradicional 4,5mm sendo que esta arma é uma arma de repetição ( 8 tiros ) com acionamento de ação simples por alavanca. A ação é por gás CO2 sendo que esta arma se utiliza de uma garrafa de 88 gramas que fica acondicionada na coronha. Uma versão produzida há alguns anos atrás acomodava 2 ampôlas de 12 gramas e, agora com a garrafa, a autonomia mais do que dobrou.

 

 

Vou fazer um pequeno review dela.

 

 

Quem não quiser ler o blá-blá-blá histórico para entender um pouco mais sobre a arma real, pode passar direto para a parte A ARMA DE PRESSÃO mas começo este review com uma introdução sobre as Winchesters, e tudo que elas significaram no mundo das armas de repetição nos EUA nos mais de 100 anos de sua produção. Por hora ainda nem sequer fiz fotos dela e coloco as feitas pelo B.B. Pelletier que fez um belo e detalhado review dela para a Pyramyd Air.

 

Introdução

 

Muito embora o mecanismo de alavanca seja praticamente sinônimo de Winchester, a idéia veio de alguns anos antes de sair a primeira Winchester.

 

Benjamim Tyler Henry, desenvolveu um conceito de recarga da arma que teria um magazine em forma de tubo posicionado abaixo do cano cujo acionamento se daria através de uma alavanca. O projeto destas armas ficou conhecido como "Henry Rifle" e ganhou certa fama na guerra civil dos EUA onde os separatistas do Sul lhe deram o um slogan de que o Henry Rifle era uma arma que "se carregava no Domingo e que atirava a semana inteira" ao comparar com os mosquetões que eles usavam.

 

Os Henry Rifles eram fabricados pela New Haven Company em Connecticut foram a base do primeiro Winchester, o modelo 1866 quando então a companhia passou a se chamar Winchester Repeating Arms Company. Porém o tipo de cartucho utilizado era um ineficaz rimfire .44 que foi substituído por versões de outros calibres nos modelos que sucederam o 1866.

 

Um pouco mais adiante as Winchester contaram com melhorias significativas em seu sistema de ação. Estas modificações foram trazidas por ninguém menos do que John Browning, uma das pessoas que marcaram o desenvolvimento das munições que usamos até os dias de hoje.

 

A primeira grande contribuição de Browning veio no modelo 1873. que foi um grande sucesso ao trazer ao mercado as Winchesters preparadas para disparar munições de armas curtas da época permitindo aos proprietários, por exemplo, utilizar a mesma munição de seus Colt Single Action em suas Winchesters. Assim esta arma acabou por ganhar bastante mercado e ficou conhecida como "a arma que conquistou o oeste" americano, enfrentando forasteiros, homens fora da lei, índios, búfalos e outras coisas bem típicas de uma expansão americana...

 

O Winchester 1873 foi inclusive estrela de um filme em Hollywood em 1950. O "Winchester ´73", estrelado por James Stewart. Um filme para contar a saga da arma que conquistou o oeste.

 

Com a produção acumulada de Winchesters beirando 1.000.000 de unidades, outros modelos se seguiram mas 2 são dignos de nota. O modelo 1892 veio a ser o modelo mais popular. Por ser mais barato (modelo feito para calibres de armas curtas) e menor e menos complicado de produzir do que os rifles, este modelo se tornou o mais "conhecido do público" em geral. Mesmo em filmes feitos para retratar períodos antes de 1892, os Winchester 1892 eram a opção utilizada nas filmagens. Assim foi nos anos 50, 60 e 70. O Winchester 1892 ficou eternizado nas mãos do ator John Wayne em seus inúmeros filmes de faroeste como nesta reprodução abaixo.

 

 

O Winchester 1892 também é uma das variações mais copiadas no mundo sendo produzido sob licença inclusive no Brasil pela Rossi como Carabina Puma nos calibres 38 e 44-10.

 

O segundo modelo a destacar é o modelo 1894 que veio a ficar conhecido como o mais famoso rifle de caça de repetição nos EUA de todos os tempos. Esta versão foi a primeira versão dos Winchesters a ser produzida para os novos padrões de munição, com pólvora sem fumaça. Os Winchesters 1894 foram produzidos em larga escala e, a partir do início do século XX ele veio a ser produzido também no famoso calibre 30-30 se tornado este o calibre mais famoso dos winchesters de todos os tempos. Em 1927, o então presidente americano foi agraciado com o Winchester 1894 número 1.000.000 e a produção continuou firme até a fábrica enfrentar problemas e mudar praticamente tudo na forma de produzir os componentes em 1964. O volume de críticas sobre as novas armas foi tão grande que quase levou a Cia a falência. Hoje o mundo das Winchesters se divide entre as armas Pré-64 e Pós-64 onde o valor das pré-64 é infinitamente superior em função da qualidade de materiais, etc.

 

A Winchester 94 seguiu em produção até 2006 quando a Winchester cessou de produzir as armas Lever Action. Hoje ainda existe produção de Winchesters mas não vem mais da tradicional fábrica de New Haven em Connectcut. Hoje, As Winchester são objeto de colecionismo e um verdadeiro símbolo nacional norte americano.

 

A reprodução de CO2 feita pela Walther é baseada nas últimas versões do modelo 94 (renomeação da 1894) cuja alça de mira tinha um túnel de proteção, e eram armas que já contavam com trava de martelo não presente nas versões Pré-64.

 

A Carabina de Pressão

 

 

É uma Walther. Um projeto alemão, produzido e distribuído pela UMAREX de Taiwan tem fama de ser bom material já que enverga o selo da Walther. A arma é uma carabina CO2 que trabalha com pressão bastante conservadora de 7,5 joules, ou seja com pressão suficiente para armas usadas em provas de 10 metros. Ou, no máximo, silhuetinhas 1/10.

 

A arma possui 996mm de comprimento o que denota ser uma versão carabina da Winchester 1894. O cano da carabina é arredondado enquanto que a grande maioria das Winchester tinham cano octogonal. Pelo reports encontrados na internet parece ser um cano bem trabalhado e bastante preciso.

 

O conjunto de miras segue o padrão das Winchester 94 Pós-64 com um túnel de proteção à massa de mira, ajustável por fricção para "windage" e alça de mira com recorte móvel sobre escada para regulagem de "elevation".

 

A Walther trabalha em ação simples utilizando-se a alavanca lever action para efetuar a pressão sobre a mola do martelo e travá-lo na posição de pronto para disparo e, concomitantemente, rotacionar o clip de 8 tiros utilizado na Walther como em algumas outras armas da Umarex. O clip (carregador) de 8 tiros fica acondicionado entre o cano e o corpo metálico e pode ser acessado apertando-se o botão localizado na peça que na arma real é a porta de carregamento da munição, no corpo do lado direito. Na caixa vem 2 clips e outros podem ser encomendados pela internet.

 

 

Nas armas reais, por ali se colocam as balas que ficam sob pressão de uma mola acondicionada dentro do cano inferior da arma. Na arma de pressão, o "loading port" é apenas um botão que libera a trava do casulo onde fica o clip de 8 tiros.

 

A sensação de segurar uma arma destas é digno de nota. Como diriam os americanos "it Just feels right". Ou 'tudo parece estar no lugar certo'. O peso, as partes metálicas e até a pequena alça para prender a arma na sela de um cavalo, tudo está lá e não dá transparece nenhuma ideia de fragilidade ou cara de brinquedo. Para nós brasileiros, é a mesma sensação de pegar uma carabina Puma nas mãos. Aliás, apara que não conhece, até começar a mexer na arma, mal dá pra dizer que é uma arma de pressão.

 

A ação, como comentei é simples e o movimento da alavanca é suave e preciso. Faz os ruídos dignos de filmes de Hollywood ( "clack clack" ) sem travadas, mal encaixes, nada. Bem como deve ser um Winchester devidamente conservado e lubrificado. Um ponto importante que captei no fórum da Umarex é o cuidado que se deve ter em realizar o movimento completo da alavanca. O seu acionamento também roda o clip além de armar o martelo e então é importante tomar cuidado para evitar não rodar o clip totalmente e acabar não ciclando a arma corretamente.

 

 

Co2

 

A carabina se utiliza de garrafas de CO2, rosqueáveis o que facilita guardar a arma mesmo com o cilindro com gás, diferentemente das pistolas a CO2 cujo cilindro deve ser integralmente consumido e a arma deve ser guardada vazia.

 

As versões antigas, segundo informações do fórum da Umarex, tinham autonomia de cerca de 60 tiros utilizáveis. O custo por tiro ficaria ( tomando-se por base R$ 8 por cilindro de 12 gramas ) em R$ 0,26 por tiro utilizável. Nesta nova versão, com a garrafa de 88 gramas. ( R$ 75) o custo por tiro fica em R$ 0,25 ou um ganho apenas marginal em relação a versão anterior. Portanto, o benefício está mesmo na praticidade de guardar o cilindro na arma e não realizar trocas constantes de ampolas de 12 gramas já que com esta garrafa a arma chega aos 300 tiros utilizáveis em 450 possíveis em uma garrafa de 88 gramas.

 

 

A Walther vem com 2 chaves. Um "T" para desrosquear o parafuso que prende a tampa da coronha e uma chave em X que é um alicate utilizado para rosquear/desrosquear a garrafa de CO2.

Na caixa vem 1 garrafa de CO2.

 

 

Uso

 

É uma arma para diversão, sem dúvida. Não é uma plataforma de competição embora a sua precisão lhe permita, por exemplo, fazer provas de SM 1/10. Não é uma Slavia ou HW30s mas possui precisão muito boa para distâncias de 10 a 20 metros. Eu diria que é uma arma que combina muito bem com alvos metálicos sejam eles silhuetas, latas de alumínio ou metal mais duro, pepper poppers ou outros alvos rebatíveis, discos e toda a gama de alvos metálicos.

 

Um alvo que cai particularmente bem com esta arma é o famoso alvo móvel que simula o deslocamento de um pato daqueles de parquinho de diversão dos EUA. Puro fun.

 

Obviamente o grande apelo da Walther Lever Action está na repetição que lhe permite alguma rapidez nos disparos. Lembrando que a rapidez dos disparos faz a arma consumir mais gás pois perderá potência pelo resfriamento da arma ocasionado pela liberação do CO2. Deixando a arma voltar a temperatura normal, dando o devido espaço entre os tiros, é de se esperar que a arma chegue na marca dos 300 tiros utilizáveis ou mais.

 

Então é isso. Não vislumbro um uso recorrente ligado a competições etc mas é uma boa plataforma de treino de aquisição de alvos rápida e uma boa arma para momentos de relax e tiro informal.

 

Mercado

 

 

A arma é cara. Vendida pela Rossi Premium, www.rossipremium.com.br no Brasil, o seu preço equivale ao preço de uma PCP de entrada , nova, como as novas Hatsans, por exemplo. Existem 3 versões sendo que uma é ligeiramente mais barata. A versão oxidada ( madeira clara e partes metálicas pretas ) é 5% mais barata do que as demais versões. Inox (nickelada com madeira escura) apresentada aqui neste review e a versão de luxo Wells Fargo que possui o corpo em latão dourado e cano oxidado preto.

 

Mesmo lá fora, em reviews publicados aqui e ali, a Walther Lever Action carrega o estigma do preço alto para o que é.

 

Mas é um belo exemplar para colecionismo além de ser diversão garantida. Só de pegar a bela arma nas mãos já lhe traz um sorriso nervoso. A danada da Winchester exerce um certo fascínio. Só vendo pra ver como é bacana.

 

Lembrando que a Rossi Premium dos Irmãos Bernardo e Flavio Rossi só vende estas armas mediante a apresentação de CR uma vez que trata-se de gás que não o Ar.

 

Na parte 2 eu concluirei este review com a parte técnica incluindo fotos do meu exemplar, grupos a 10 e 20 metros, teste de chumbos, análise do gatilho além de avaliar a performance geral da arma.

 

Parte 2:

 

Municiamento.

Teste de chumbos

Grupos a 10 e 20 metros.

Performance

Fotos, etc

 

EM BREVE!

[Luiz Almeida]

Henrique, parabéns pelo texto, muito bom! Parabéns também pela arma.

 

Nesse modelo eu só trocaria a coronha, acho muito feia (gosto pessoal), mas esse modelo é muito melhor (visualmente) que as nossas Pumas (as conhecidas "Papo amarelo").

 

Não desmerecendo a arma, sendo que essa Walther/Umarex é bem melhor desenhada e se parece mais com uma Winchester, eu preferiria/optaria pela Sumatra. Já atirei com uma, a do Rafa (de Mogi, frequentador do ATASC), e a diferença é o clip que fica exposto, e que é uma PCP das "cavalas".

 

Mas gostei do visual, só não gostei da V0.

 

Grande abraço.

[Eduardo Mello]

Sensacional o tópico Henrique, parabéns sou fã incondicional de faroeste, e o rifle Winchester é um de seus maiores símbolos, não ficaria nada triste se possuísse um

[Charles Dias]

Rapaz, tô sem palavras! Achonque já seio que me darei de natal.

[Sierra]

S E N S A C I O N A L ! ! !

Ao ler esse belo texto fiquei muito empolgado em colecionar essa belas armas. Sou romantico ao se tratar de armas que fizeram história.

Obrigado por compartilhar, Henrique!

[Henrique Coelho]

Realmente a bicha impressiona.

Dá vontade de ficar só flanelando...

 

Luiz,

 

Já vi a Sumatra. Sem dúvida que é um armão no estilo das Winchester. Mas é uma PCP o que pra mim não interessou muito além da largura da Sumatra dar quase duas walther. Eu preferi pegar esta de CO2 pela praticidade do cilindro de 88 gramas e pelas dimensões corretas em relação às Winchesters. A potência é a menor mas para silhuetinhas e outros alvos metálicos a coisa deve ir muito bem.

 

Andei lendo uns reports sobre ela e tem gente falando que atira melhor do que a maioria das armas de papel 10 metros. Vamos ver o que rola quando levar no estande e fizer a parte 2 do review.

 

Amanhã quero ver se já levo no Calibre pra dar uns tiros e tirar o óleo.

[karolaza]

Parabens pela aquizição, aguardo agrupamentos!!!

[Russ]

Muito legal Henrique!!! Sempre gostei dessa carabina!!! No aguardo dos testes!

[Auron]

Parabéns Henrique pela carabina realmente ela é linda!!!!!

[luan]

Sinto uma ligeira inveja

Ótima review

[Csrmuller]

Muito linda amigo, e um belo texto! +1 ai!

[alex]

Parabéns pela carabina e pelo review... gosto muito dessa parte histórica e vc apresentou muito bem... pena que é de CO e precisa CR p poder adquirir uma belezinha dessas... rs... agora cadê as fotos dos grupos? fiquei curioso... rs

Abraço!

[Henrique Coelho]

Alex,

 

Vai sair a parte 2 em breve. É que eu não consigo parar pra fazer grupos com ela. EU levo ela pro estande, dá vontade só de ficar botando as silhuetas abaixo.

Até em alvo de FT eu já atirei com ela. Mas grupos mesmo eu só fiz um num alvo de papel 10m. 8 tiros: 4 no 10 em um buraco só , 1 no 9 e dois no 8. Ainda estou pegando o jeito. Mas em breve sai a 2ª parte.

 

Realmente restringe bastante a questão do CR para aquisição. mas isso são os absurdos desta nossa legislação. Restringir uma arma de 7,5 joules a gás (igual a uma Slavia ou HW30S) e não restringir uma PCP de 30/40 Joules é correto? Na minha parca opinião, todas as armas até 16 joules (que é o padrão esportivo mais comum). não deveriam ter restrição alguma.

Mas isso é assunto pra outro tópico.

 

Passando o carnaval eu faço um grupos. Mas posso te adiantar. É bastante precisa.

[alex]

ah... não sei pq mas sou fã da winchester e achei essa sua muito linda!!!!!!!!!!! tive o contato com uma winchester na fazenda de um amigo, cujo capataz tinha uma (não me pergunta o modelo)... achei muito compacta e ele dizia que a precisão era excelente p grandes distâncias... acabou trocando em um cavalo... rs... esse meu amigo disse que, se soubesse antes do negócio ser concretizado ele teria comprado a arma... rs... realmente era linda!!!!

 

na verdade, pela simples e total diversão, com certeza não me importaria se essa Walter não fosse extremamente precisa... achei muito show e gostaria de ter uma e assim como vc, me divertiria muito com a carabina... mas CR está fora de cogitação por aqui...

 

não precisa ter pressa em fazer as fotos não... aproveita e se diverte por aí!!!!

 

Abraço!

[Zaitsev]

Henrique,

Belo texto, cativante e elucidativo.

Este shape clássico da Winchester é fantástico. Interessante que o modelo que você tem, em metal claro sobre madeira escura atualiza a arma.

Parabéns !! Obrigado por compartilhar esta maravilha. Aguardamos a continuidade do review. Point !

Perguntinha: Este bujão de CO2 dá para ser recarregado ?

[Henrique Coelho]

Não que eu saiba.

É descartável. Achei num fórum português uns caras falando sobre transformar a arma em PCP. Mas teve um caso que a arma estourou na cara do atirador e machucou o cara feio... Tem cada um.

 

O bom é que vcê pode guardar com o cilindro nstalado que não pega nada. Aguenta uns 4 meses fácil.

 

[Alessandro K. de Souza]

Show! Fico me controlando aqui para não quebrar as regras do fórum!!!! kkkkkkkkkk

[Zaitsev]

E tem alguma? Qual delas?? kkkkkkkkkkk

[Henrique Coelho]

Essa arma é muito boa para: .......

 

 

atirar em Latas !

 

Manja como se abriam as latas antigamente. Hoje Até leite condensado é em caixinha... mas antigamente era enlatadas.

E no velho oeste já existia a prática do plinkling. Era feito de duas formas: (1) garrafas. bastante comum. retratado em muitos filmes.

E ao abrir as latas, deixava-se sempre um pedacinho não cortado para que a tampa pudesse ser levantada. Costumava-se levantar a tampa a 90 graus em relação a lata e colocar a lata de cabeça pra baixo naquelas cercas de madeira, moirões, etc.

 

Este tiro a lata era bem comum para as Winchesters e, se bobear, em função da quantidade delas no interior do país, é bem capaz de ainda ser feito em uma fazenda ou outra. Vai atirando e as latas vão caindo da cerca. Um must !

 

E nada de quebrar as regras do fórum !

[Krauss]

Por que até hoje eu espero pra ver os grupos dessa arma? rsrsrsrs

[Bernardo Segadaes]

Em 26/01/2012 em 22:01, Henrique Coelho disse:

 

Parte 1

 

Eu sempre gostei de armas. De alguma forma sempre tive bronca com o design das armas de pressão. Atirei quando moleque num sítio e larguei de mão. Vi meu irmão partir para um outro rumo ( o do tiro olímpico ) com suas armas invocadas cheias de acessórios e tecnologias, tudo muito doido e formatos esquisitíssimos. Eu gostava e gosto das armas de design mais convencional. Mas enfim, décadas depois comecei a atirar com armas de pressão mas permanece o desconforto dos designs esquisitos mas, ainda bem, para tudo tem solução!

 

 

A solução atende pelo nome de Walther Lever Action, uma reprodução bastante fiel da Winchester 94 ( 1894 ), uma arma que está no guiness book tendo vendido cerca de 7.000.000 de exemplares em 112 anos de produção. A arma de pressão é um projeto da Walther, empresa alemã e distribuída pela empresa de Taiwanesa UMAREX. O calibre é o tradicional 4,5mm sendo que esta arma é uma arma de repetição ( 8 tiros ) com acionamento de ação simples por alavanca. A ação é por gás CO2 sendo que esta arma se utiliza de uma garrafa de 88 gramas que fica acondicionada na coronha. Uma versão produzida há alguns anos atrás acomodava 2 ampôlas de 12 gramas e, agora com a garrafa, a autonomia mais do que dobrou.

 

 

Vou fazer um pequeno review dela.

 

 

Quem não quiser ler o blá-blá-blá histórico para entender um pouco mais sobre a arma real, pode passar direto para a parte A ARMA DE PRESSÃO mas começo este review com uma introdução sobre as Winchesters, e tudo que elas significaram no mundo das armas de repetição nos EUA nos mais de 100 anos de sua produção. Por hora ainda nem sequer fiz fotos dela e coloco as feitas pelo B.B. Pelletier que fez um belo e detalhado review dela para a Pyramyd Air.

 

Introdução

 

Muito embora o mecanismo de alavanca seja praticamente sinônimo de Winchester, a idéia veio de alguns anos antes de sair a primeira Winchester.

 

Benjamim Tyler Henry, desenvolveu um conceito de recarga da arma que teria um magazine em forma de tubo posicionado abaixo do cano cujo acionamento se daria através de uma alavanca. O projeto destas armas ficou conhecido como "Henry Rifle" e ganhou certa fama na guerra civil dos EUA onde os separatistas do Sul lhe deram o um slogan de que o Henry Rifle era uma arma que "se carregava no Domingo e que atirava a semana inteira" ao comparar com os mosquetões que eles usavam.

 

Os Henry Rifles eram fabricados pela New Haven Company em Connecticut foram a base do primeiro Winchester, o modelo 1866 quando então a companhia passou a se chamar Winchester Repeating Arms Company. Porém o tipo de cartucho utilizado era um ineficaz rimfire .44 que foi substituído por versões de outros calibres nos modelos que sucederam o 1866.

 

Um pouco mais adiante as Winchester contaram com melhorias significativas em seu sistema de ação. Estas modificações foram trazidas por ninguém menos do que John Browning, uma das pessoas que marcaram o desenvolvimento das munições que usamos até os dias de hoje.

 

A primeira grande contribuição de Browning veio no modelo 1873. que foi um grande sucesso ao trazer ao mercado as Winchesters preparadas para disparar munições de armas curtas da época permitindo aos proprietários, por exemplo, utilizar a mesma munição de seus Colt Single Action em suas Winchesters. Assim esta arma acabou por ganhar bastante mercado e ficou conhecida como "a arma que conquistou o oeste" americano, enfrentando forasteiros, homens fora da lei, índios, búfalos e outras coisas bem típicas de uma expansão americana...

 

 

 

 

 

 

O Winchester 1873 foi inclusive estrela de um filme em Hollywood em 1950. O "Winchester ´73", estrelado por James Stewart. Um filme para contar a saga da arma que conquistou o oeste.

 

Com a produção acumulada de Winchesters beirando 1.000.000 de unidades, outros modelos se seguiram mas 2 são dignos de nota. O modelo 1892 veio a ser o modelo mais popular. Por ser mais barato (modelo feito para calibres de armas curtas) e menor e menos complicado de produzir do que os rifles, este modelo se tornou o mais "conhecido do público" em geral. Mesmo em filmes feitos para retratar períodos antes de 1892, os Winchester 1892 eram a opção utilizada nas filmagens. Assim foi nos anos 50, 60 e 70. O Winchester 1892 ficou eternizado nas mãos do ator John Wayne em seus inúmeros filmes de faroeste como nesta reprodução abaixo.

 

 

O Winchester 1892 também é uma das variações mais copiadas no mundo sendo produzido sob licença inclusive no Brasil pela Rossi como Carabina Puma nos calibres 38 e 44-10.

 

O segundo modelo a destacar é o modelo 1894 que veio a ficar conhecido como o mais famoso rifle de EDITADO - ASSUNTO PROIBIDO de repetição nos EUA de todos os tempos. Esta versão foi a primeira versão dos Winchesters a ser produzida para os novos padrões de munição, com pólvora sem fumaça. Os Winchesters 1894 foram produzidos em larga escala e, a partir do início do século XX ele veio a ser produzido também no famoso calibre 30-30 se tornado este o calibre mais famoso dos winchesters de todos os tempos. Em 1927, o então presidente americano foi agraciado com o Winchester 1894 número 1.000.000 e a produção continuou firme até a fábrica enfrentar problemas e mudar praticamente tudo na forma de produzir os componentes em 1964. O volume de críticas sobre as novas armas foi tão grande que quase levou a Cia a falência. Hoje o mundo das Winchesters se divide entre as armas Pré-64 e Pós-64 onde o valor das pré-64 é infinitamente superior em função da qualidade de materiais, etc.

 

A Winchester 94 seguiu em produção até 2006 quando a Winchester cessou de produzir as armas Lever Action. Hoje ainda existe produção de Winchesters mas não vem mais da tradicional fábrica de New Haven em Connectcut. Hoje, As Winchester são objeto de colecionismo e um verdadeiro símbolo nacional norte americano.

 

A reprodução de CO2 feita pela Walther é baseada nas últimas versões do modelo 94 (renomeação da 1894) cuja alça de mira tinha um túnel de proteção, e eram armas que já contavam com trava de martelo não presente nas versões Pré-64.

 

A Carabina de Pressão

 

 

É uma Walther. Um projeto alemão, produzido e distribuído pela UMAREX de Taiwan tem fama de ser bom material já que enverga o selo da Walther. A arma é uma carabina CO2 que trabalha com pressão bastante conservadora de 7,5 joules, ou seja com pressão suficiente para armas usadas em provas de 10 metros. Ou, no máximo, silhuetinhas 1/10.

 

A arma possui 996mm de comprimento o que denota ser uma versão carabina da Winchester 1894. O cano da carabina é arredondado enquanto que a grande maioria das Winchester tinham cano octogonal. Pelo reports encontrados na internet parece ser um cano bem trabalhado e bastante preciso.

 

O conjunto de miras segue o padrão das Winchester 94 Pós-64 com um túnel de proteção à massa de mira, ajustável por fricção para "windage" e alça de mira com recorte móvel sobre escada para regulagem de "elevation".

 

A Walther trabalha em ação simples utilizando-se a alavanca lever action para efetuar a pressão sobre a mola do martelo e travá-lo na posição de pronto para disparo e, concomitantemente, rotacionar o clip de 8 tiros utilizado na Walther como em algumas outras armas da Umarex. O clip (carregador) de 8 tiros fica acondicionado entre o cano e o corpo metálico e pode ser acessado apertando-se o botão localizado na peça que na arma real é a porta de carregamento da munição, no corpo do lado direito. Na caixa vem 2 clips e outros podem ser encomendados pela internet.

 

 

Nas armas reais, por ali se colocam as balas que ficam sob pressão de uma mola acondicionada dentro do cano inferior da arma. Na arma de pressão, o "loading port" é apenas um botão que libera a trava do casulo onde fica o clip de 8 tiros.

 

A sensação de segurar uma arma destas é digno de nota. Como diriam os americanos "it Just feels right". Ou 'tudo parece estar no lugar certo'. O peso, as partes metálicas e até a pequena alça para prender a arma na sela de um cavalo, tudo está lá e não dá transparece nenhuma ideia de fragilidade ou cara de brinquedo. Para nós brasileiros, é a mesma sensação de pegar uma carabina Puma nas mãos. Aliás, apara que não conhece, até começar a mexer na arma, mal dá pra dizer que é uma arma de pressão.

 

A ação, como comentei é simples e o movimento da alavanca é suave e preciso. Faz os ruídos dignos de filmes de Hollywood ( "clack clack" ) sem travadas, mal encaixes, nada. Bem como deve ser um Winchester devidamente conservado e lubrificado. Um ponto importante que captei no fórum da Umarex é o cuidado que se deve ter em realizar o movimento completo da alavanca. O seu acionamento também roda o clip além de armar o martelo e então é importante tomar cuidado para evitar não rodar o clip totalmente e acabar não ciclando a arma corretamente.

 

 

Co2

 

A carabina se utiliza de garrafas de CO2, rosqueáveis o que facilita guardar a arma mesmo com o cilindro com gás, diferentemente das pistolas a CO2 cujo cilindro deve ser integralmente consumido e a arma deve ser guardada vazia.

 

As versões antigas, segundo informações do fórum da Umarex, tinham autonomia de cerca de 60 tiros utilizáveis. O custo por tiro ficaria ( tomando-se por base R$ 8 por cilindro de 12 gramas ) em R$ 0,26 por tiro utilizável. Nesta nova versão, com a garrafa de 88 gramas. ( R$ 75) o custo por tiro fica em R$ 0,25 ou um ganho apenas marginal em relação a versão anterior. Portanto, o benefício está mesmo na praticidade de guardar o cilindro na arma e não realizar trocas constantes de ampolas de 12 gramas já que com esta garrafa a arma chega aos 300 tiros utilizáveis em 450 possíveis em uma garrafa de 88 gramas.

 

 

A Walther vem com 2 chaves. Um "T" para desrosquear o parafuso que prende a tampa da coronha e uma chave em X que é um alicate utilizado para rosquear/desrosquear a garrafa de CO2.

Na caixa vem 1 garrafa de CO2.

 

 

Uso

 

É uma arma para diversão, sem dúvida. Não é uma plataforma de competição embora a sua precisão lhe permita, por exemplo, fazer provas de SM 1/10. Não é uma Slavia ou HW30s mas possui precisão muito boa para distâncias de 10 a 20 metros. Eu diria que é uma arma que combina muito bem com alvos metálicos sejam eles silhuetas, latas de alumínio ou metal mais duro, pepper poppers ou outros alvos rebatíveis, discos e toda a gama de alvos metálicos.

 

Um alvo que cai particularmente bem com esta arma é o famoso alvo móvel que simula o deslocamento de um pato daqueles de parquinho de diversão dos EUA. Puro fun.

 

Obviamente o grande apelo da Walther Lever Action está na repetição que lhe permite alguma rapidez nos disparos. Lembrando que a rapidez dos disparos faz a arma consumir mais gás pois perderá potência pelo resfriamento da arma ocasionado pela liberação do CO2. Deixando a arma voltar a temperatura normal, dando o devido espaço entre os tiros, é de se esperar que a arma chegue na marca dos 300 tiros utilizáveis ou mais.

 

Então é isso. Não vislumbro um uso recorrente ligado a competições etc mas é uma boa plataforma de treino de aquisição de alvos rápida e uma boa arma para momentos de relax e tiro informal.

 

Mercado

 

 

A arma é cara. Vendida pela Rossi Premium, www.rossipremium.com.br no Brasil, o seu preço equivale ao preço de uma PCP de entrada , nova, como as novas Hatsans, por exemplo. Existem 3 versões sendo que uma é ligeiramente mais barata. A versão oxidada ( madeira clara e partes metálicas pretas ) é 5% mais barata do que as demais versões. Inox (nickelada com madeira escura) apresentada aqui neste review e a versão de luxo Wells Fargo que possui o corpo em latão dourado e cano oxidado preto.

 

Mesmo lá fora, em reviews publicados aqui e ali, a Walther Lever Action carrega o estigma do preço alto para o que é.

 

Mas é um belo exemplar para colecionismo além de ser diversão garantida. Só de pegar a bela arma nas mãos já lhe traz um sorriso nervoso. A danada da Winchester exerce um certo fascínio. Só vendo pra ver como é bacana.

 

Lembrando que a Rossi Premium dos Irmãos Bernardo e Flavio Rossi só vende estas armas mediante a apresentação de CR uma vez que trata-se de gás que não o Ar.

 

Na parte 2 eu concluirei este review com a parte técnica incluindo fotos do meu exemplar, grupos a 10 e 20 metros, teste de chumbos, análise do gatilho além de avaliar a performance geral da arma.

 

Parte 2:

 

Municiamento.

Teste de chumbos

Grupos a 10 e 20 metros.

Performance

Fotos, etc

 

EM BREVE!

Uai Henrique, 6 anos se passaram e a segunda parte não veio! kkkkk