Aqui vai um dos registros bem legais que fiz na minha última viagem a Amazônia. Fomos a Novo Airão ao noroeste de Manaus junto ao Rio Negro. De lá pegamos um barco até a ilha pluvial de Anavilhanas e dentro desta ilhota no meio do Rio Negro eis que achamos o pequeno e belo Rabo de Arame.
O nome do bicho que tem cara de bandeira da Alemanha vem das suas penas da cauda, finas como arames.
E o negócio foi mais ou menos assim:
Desembarcamos na Ilha e fizemos alguns bichos como a irrequieta choca-de-crista-preta, a pintadíssima choquinha-do-tapajós, ariramba-de-cauda-verde e nos pusemos a caminhar ela trilha em mata fechada que levaria a arena dos rabo-de-arame. “É no fim da trilha” dizia o guia Luiz Fernando. Essa coisa de final da trilha é um cano. Você fica pensando… não chega nunca… cadê o bicho? Mas fomos em frente. Rita fez a choca-da-várzea e um arapaçu-pardo. Logo adiante fizemos o bonito arapaçu-riscado. Até que chegamos na arena do rabo-de-arame.
A guia Vanilce comentou que deveríamos esperar por eles pois nesta época, eles vão e voltam daquela arena diversas vezes.
Não demorou muito e eles começaram a chegar com as suas cores vivas contrastando com a mata fechada e escura. Subi o ISO pra 2.500. Na Canon 7D Mark II eu já sabia que estava meio que abusando do ISO. Mas era o único jeito para ganhar alguma velocidade. E eles vieram, se empoleiraram e deram show. Sim deram show. Não pra nós. Mas os machos para uma fêmea que acompanhava o grupo. E numa destas dancinhas para a fêmea eu consegui pegar uma foto dele já começando a eriçar as penas das costas e o registro saiu bacana e eu reputo ser uma das melhores fotos que já fiz. Deu quase aquela vontade chorar, misto de nervoso, relaxamento, alegria e torpor pela imagem que fui presenteado.